Em nosso primeiro artigo abordamos alguns importantes aspectos, relativos a amortização dos custos de hardware, que o pequeno e médio empresário não devem neglicenciar.
Neste artigo vamos abordar a questão do custo do “hardware”.
A tendência dos custos dos equipamentos de informática, microcomputadores, impressoras etc... em termos reais nas últimas décadas é de constante redução.
Para se ter uma idéia o custo de armazenamento de informações em HDs, expressas em MB megabites (unidade de medida de informação que equivale a 1.000.000 de bytes), caiu de mais de U$ 100 por MB em 1980 para menos de U$ 0,01 de 2000 ou seja em 20 anos ficou 10.000 menor ( fonte Congressional Budget Office – Documento The Role of computer technology in the growth of productivity – 2002).
Ao contrário do que esta acontecendo com o custo da mão de obra, que vem crescendo em termos reais nos últimos anos.
Crescimento Real do Salário Mínimo entre datas de reajuste.
Ano | Crescimento Real do Salário Mínimo |
2001 | 11,30% |
2002 | 1,40% |
2003 | 0,50% |
2004 | 2,20% |
2005 | 7,90% |
2006 | 13,00% |
Fonte :ministério do trabalho e emprego. - http://www.mte.gov.br/sal_min/salariominimo.pdf
Atualmente o preço no Brasil, de um microcomputador de primeira linha com sistema operacional completo e monitor de lcd, pode ser encontrado por preços em torno de US 830,00 o que corresponderia em Reais um valor de cerca de R$ 1.400,00.
Lembrando que no mundo empresarial o foco da informatização esta voltado a gerar maior produtividade.
Esta produtividade via de regra pode ser traduzido como sendo a substituição do ser humano por processos ou decisões que podem ser deixados a cargo dos equipamentos informatizados.
No dia a dia vemos os caixas eletrônicos dos bancos substituindo os “caixas” de carne e osso, na industria automobilística robôs substituem as pessoas nas linhas de montagem e vai por aí afora.
O Brasil, assim como vários outros países da atualidade (China e índia para citar apenas alguns) é ainda tido como país onde a mão de obra é barata (se comparada com países Europeus e Estados Unidos).
Mesmo assim, é só fazermos algumas contas e veremos que mesmo com salários baixos, em comparação com economias mais industrializadas, o custo da nossa mão de obra acaba sendo cara se comparada com o custo de atual do hardware (microcomputadores,impressoras etc..).
Hoje (março/2011), o salário mínimo é de R$ 545,00 ( ou U$ 320 para um dólar comercial de R$ 1.70), este é o custo da mão de obra mais barata no País (o que infelizmente também, pressupõe que esta mão de obra seja de baixa qualificação).
Levando em conta os encargos e obrigações sociais (férias,13º, fgts etc..), que recaem sobre o custo da mão de obra, para o pequeno e micro empresário, este valor dobra ou seja, o custo mensal da mão de obra mais barata acaba lhe custando algo em torno de R$ 1.090,00.
O custo anual de uma unidade da mão de obra mais barata do País, custaria então ao pequeno e médio empresário algo em torno de R$ 13.080,00.
Com este valor R$ 13.080,00 seria possível se investir na aquisição de nove microcomputadores completos (13.080/1400 = total custo anual da mão de obra / custo médio de um microcomputador) .
Pelo exposto acima, fica então evidente que o hardware não é caro se comparado com o custo da mão de obra, mesmo a mais barata.
Embora muitos fatores possam influenciar na produtividade, certamente o uso de TI (tecnologia da informação) é um fator dos mais relevantes.
No quadro abaixo podemos ver que o estudo realizado por Kevin J.Stiroh do Federal Reserv Bank de Nova York, mostra que o crescimento da produtividade em 12 anos, nas industrias que fazem uso intensivo de TI, foi 10 vezes maior que das outras industrias (1,37 % contra 0,13%).
Percentual Médio de Crescimento
da Produtividade
Médias Ponderadas | Num.de industrias | 1987-1995 | 1995-1999 | Variação |
Industrias com uso intensivo de TI | 26 | 1,24% | 2,61% | 1,37% |
Outras Industrias | 29 | 0,98% | 1,11% | 0,13% |
Fonte: Kevin J.Stiroh – Federal Reserv Bank of New York – Investing in Information Tecnology : Productivity pays of for U.S.Industries.- http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=702573
Conclusão, comparando-se o custo da não de obra e o custo do hardware, e analisando-se o resultado do estudo acima mencionado, o pequeno e médio empresário pode concluir que o o custo do hardware não deve ser um impecilho para a informatização de suas atividades, pelo contrário deve ser um forte incentivo.