segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Considerações práticas sobre a informatização na pequena e média empresa – Parte 2


Em nosso primeiro artigo abordamos alguns importantes aspectos, relativos a amortização dos custos de hardware, que o pequeno e médio empresário não devem neglicenciar.

Neste artigo vamos abordar a questão do custo do “hardware”.

A tendência dos custos dos equipamentos de informática, microcomputadores, impressoras etc... em termos reais nas últimas décadas é de constante redução.

Para se ter uma idéia o custo de armazenamento de informações em HDs, expressas em MB megabites (unidade de medida de informação que equivale a 1.000.000 de bytes), caiu de mais de U$ 100 por MB em 1980 para menos de U$ 0,01 de 2000 ou seja em 20 anos ficou 10.000 menor ( fonte Congressional Budget Office – Documento The Role of computer technology in the growth of productivity – 2002).

Ao contrário do que esta acontecendo com o custo da mão de obra, que vem crescendo em termos reais nos últimos anos.

Crescimento Real do Salário Mínimo entre datas de reajuste.

Ano
Crescimento Real
do Salário Mínimo
2001
11,30%
2002
1,40%
2003
0,50%
2004
2,20%
2005
7,90%
2006
13,00%

Fonte :ministério do trabalho e emprego. - http://www.mte.gov.br/sal_min/salariominimo.pdf

Atualmente o preço no Brasil, de um microcomputador de primeira linha com sistema operacional completo e monitor de lcd, pode ser encontrado por preços em torno de US 830,00 o que corresponderia em Reais um valor de cerca de R$ 1.400,00.

Lembrando que no mundo empresarial o foco da informatização esta voltado a gerar maior produtividade.

Esta produtividade via de regra pode ser traduzido como sendo a substituição do ser humano por processos ou decisões que podem ser deixados a cargo dos equipamentos informatizados.

No dia a dia vemos os caixas eletrônicos dos bancos substituindo os “caixas” de carne e osso, na industria automobilística robôs substituem as pessoas nas linhas de montagem e vai por aí afora.

O Brasil, assim como vários outros países da atualidade (China e índia para citar apenas alguns) é ainda tido como país onde a mão de obra é barata (se comparada com países Europeus e Estados Unidos).

Mesmo assim, é só fazermos algumas contas e veremos que mesmo com salários baixos, em comparação com economias mais industrializadas, o custo da nossa mão de obra acaba sendo cara se comparada com o custo de atual do hardware (microcomputadores,impressoras etc..).

Hoje (março/2011), o salário mínimo é de R$ 545,00 ( ou U$ 320 para um dólar comercial de R$ 1.70), este é o custo da mão de obra mais barata no País (o que infelizmente também, pressupõe que esta mão de obra seja de baixa qualificação).

Levando em conta os encargos e obrigações sociais (férias,13º, fgts etc..), que recaem sobre o custo da mão de obra, para o pequeno e micro empresário, este valor dobra ou seja, o custo mensal da mão de obra mais barata acaba lhe custando algo em torno de R$ 1.090,00.

O custo anual de uma unidade da mão de obra mais barata do País, custaria então ao pequeno e médio empresário algo em torno de R$ 13.080,00.

Com este valor R$ 13.080,00 seria possível se investir na aquisição de nove microcomputadores completos (13.080/1400 = total custo anual da mão de obra / custo médio de um microcomputador) .

Pelo exposto acima, fica então evidente que o hardware não é caro se comparado com o custo da mão de obra, mesmo a mais barata.

Embora muitos fatores possam influenciar na produtividade, certamente o uso de TI (tecnologia da informação) é um fator dos mais relevantes.

No quadro abaixo podemos ver que o estudo realizado por Kevin J.Stiroh do Federal Reserv Bank de Nova York, mostra que o crescimento da produtividade em 12 anos, nas industrias que fazem uso intensivo de TI, foi 10 vezes maior que das outras industrias (1,37 % contra 0,13%).

Percentual Médio de Crescimento
da Produtividade


Médias PonderadasNum.de industrias1987-19951995-1999Variação
Industrias com uso intensivo de TI261,24%2,61%1,37%
Outras Industrias290,98%1,11%0,13%


Fonte: Kevin J.Stiroh – Federal Reserv Bank of New York – Investing in Information Tecnology : Productivity pays of for U.S.Industries.- http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=702573

Conclusão, comparando-se o custo da não de obra e o custo do hardware, e analisando-se o resultado do estudo acima mencionado, o pequeno e médio empresário pode concluir que o o custo do hardware não deve ser um impecilho para a informatização de suas atividades, pelo contrário deve ser um forte incentivo.